Congresso comunitário fundado em 1988 construiu com união e resistência uma rede de bairros organizados, defendendo a democracia, a inclusão social e o reconhecimento territorial das comunidades.
Com 36 anos e 9 meses de trajetória, o Movimento MACAIB – Centro Matriz das Comunidades, antigo CONGRELCAIB (Congresso de Lideranças Comunitárias da Área Itaqui-Bacanga), carrega uma história de resistência e mobilização popular marcada por lutas concretas por políticas públicas inclusivas. Fundado em 26 de setembro de 1988 na Vila Dom Luís, e reformulado em 1989 na sede da União de Moradores da Vila Isabel, o movimento consolidou-se como referência na articulação das comunidades da área Itaqui-Bacanga, em São Luís.

Naquele período, a região contava com apenas 30 bairros. Hoje, são 70, sendo 40 frutos de ocupações espontâneas, das quais 28 surgiram com o planejamento e apoio direto do MACAIB. Todas essas comunidades organizadas possuem áreas de lazer e instituições comunitárias reconhecidas por títulos públicos. As demais, mesmo surgidas sem o respaldo inicial do movimento, contaram com o apoio do MACAIB em momentos críticos, como ameaças de reintegração de posse. Graças a essa articulação, todas permanecem estabelecidas até hoje, com estabilidade e legitimidade.


A região Itaqui-Bacanga é geograficamente formada por dois núcleos urbanos e uma zona rural economicamente estratégica. A Vila Embratel representa os bairros do lado direito no sentido Porto do Itaqui ao Centro; o Anjo da Guarda, os bairros do lado direito sentido Barragem do Bacanga ao Porto da Madeira. Já a Vila Maranhão, considerada núcleo rural, concentra bairros desde o Conjunto Bacelar até a Vila Collier e do Porto do Itaqui pelo acesso da BR 135 ao Rio dos Cachorros, formando uma poderosa zona rural ligada ao desenvolvimento portuário e industrial da capital maranhense.
Durante os anos de 1990 a 2020, o MACAIB com centenas de organizações comunitárias, protagonizou a organização das comunidades alcançando a grande região metropolitana de São Luís, para garantir acesso a ônibus especiais extraordinários, utilizados em atividades sociais, religiosas, culturais e esportivas: colônias de férias escolares, passeios de idosos, cortejos fúnebres, blocos de carnaval, grupos juninos, escolinhas de futebol, encontros de juventude e ações de mães comunitárias. Esses veículos, fundamentais à vida comunitária, eram frutos da força coletiva e da vontade política dos envolvidos.

O movimento agora reivindica a institucionalização desse benefício como política pública permanente. Para isso, defende a criação de um fundo público-social ou consórcio público metropolitano, que garanta gratuitamente os ônibus especiais às comunidades de maior vulnerabilidade social. O financiamento viria de fontes como recursos de compensação socioeconômica (CFEM, royalties e outros) e verbas federais, sem comprometer os orçamentos estaduais e municipais.

Em parceria com o Instituto De Boa News, à ABRASIL, a Força Comunitária e outras instituições, o MACAIB realizou visita institucional ao deputado federal Alan Garcês no escritório da ABRASIL para tratar da participação da bancada federal nas plenárias das comunidades visando a entrada de recursos federais para somar no beneficio público às comunidades em toda região metropolitana. O parlamentar se comprometeu com a pauta e com a presença em futuras plenárias públicas do movimento, representando a Câmara Federal com exceção da plenária da Cidade Olímpica, já que tinha compromissos previamente agendados.
Com base na legitimidade construída ao longo de quase quatro décadas, o Movimento MACAIB segue na luta por democracia plena, vontade política e garantia de direitos. Afinal, como afirma sua história, a presença do povo organizado é a principal ferramenta de transformação social.