Da nova geração da política, três nomes se destacam como possíveis sucessores do governador Carlos Brandão, e todos eles têm, sim, prerrogativas legítimas para disputar o cargo. Assim como outras figuras importantes do cenário político maranhense, mas, nesta edição, o foco é em Felipe Camarão, Lahesio Bonfim e Eduardo Braide.
Felipe Camarão teve uma passagem muito elogiada pela Secretaria de Estado da Educação, onde demonstrou competência e espírito de gestão. Hoje, como vice-governador, é naturalmente visto como o nome da continuidade dentro do atual governo. Já Lahesio Bonfim e Eduardo Braide também têm seus méritos. Lahesio disputou o governo na eleição passada, e mesmo sem estrutura partidária e recursos, quase chegou ao segundo turno. Braide, por sua vez, lidera as pesquisas mesmo sem confirmar oficialmente sua pré-candidatura o que, por si só, já mostra sua força eleitoral.
Mas é preciso destacar alguns pontos. Lahesio, às vezes, adota uma postura que beira a arrogância, o que pode afastar eleitores. Braide, embora seja um gestor experiente, ainda precisa evoluir no aspecto coletivo: falta diálogo, escuta e construção com os diversos setores sociais. Um bom exemplo disso está nas obras de drenagem em São Luís. Além de serem necessárias, nelas são essenciais campanhas educativas. Sem isso, canais e bueiros continuam entupidos, ruas viram rios e a cidade sofre com os alagamentos. Gestão não é só execução, é participação. Braide é um bom gestor, e será um candidato ainda mais imbatível se compreender isso.
Na visão deste blog, tanto Braide quanto Lahesio devem estar na disputa, cada um por um partido diferente. E quem espera uma aliança entre os dois já no primeiro turno, pode acabar se frustrando. É difícil imaginar qualquer um deles abrindo mão da cabeça de chapa.
Ambos têm bons atributos, mas compartilham algo em comum: uma certa dose de arrogância. E isso pode acabar beneficiando Felipe Camarão que vem se mostrando mais articulado, com jogo de cintura e habilidade para dialogar com diferentes grupos. A disputa tende a ser acirrada e de alto nível, com três nomes de peso. Sem dúvida, uma eleição promissora para o Maranhão. E quem ganha com isso é o povo.
Segundo turno? Aí é outra história.
O que não pode continuar atrapalhando o processo democrático, é o fanatismo político, aliado à omissão e à parcialidade. Isso só prejudica o povo, que precisa de inclusão e oportunidades reais para melhorar de vida. Promessa não enche barriga. A inclusão social precisa ser prioridade, é ela que garante acesso permanente aos direitos básicos. Mas quando a política é dominada por fanatismo, omissão e parcialidade, a escolha consciente fica comprometida.
Felipe, Lahesio e Braide assim como outros nomes, têm legitimidade para disputar o governo. O problema é o comportamento de parte do eleitorado. Basta criticar o político preferido de alguém para o diálogo acabar. O fanático não quer ouvir, só aceita elogios. E esse tipo de postura não contribui em nada para o avanço da sociedade.
E a pergunta que não quer calar: um estado como o Maranhão que ainda ocupa os últimos lugares no ranking de renda per capita do país, tem como evoluir com esse tipo de cultura política? E mais ainda com abuso de poder econômico, perseguição, rancor e arrogância disfarçados de boa gestão? Infelizmente, não. Essa forma de fazer política só atrasa o desenvolvimento.
Por isso, o povo precisa estar atento e consciente na hora de escolher. A mudança começa no voto. E só vem com participação, diálogo e responsabilidade.